sexta-feira, 17 de outubro de 2014








Conta-se que um político famoso, com ficha invejável de corrupção, sonhou que morreu e quando abriu o olho estava no céu. Ih! Foi uma festa! Ali estavam corruptos de todos os estados do Brasil, agrupados, tristes, num canto, totalmente desajustados, inadaptados, enfadados. Com a chegada do novo colega de trabalho na terra, se animaram.
- Que bom que você chegou!
Disseram em coro.
- Vamos falar com alguém aqui no céu para resolver nosso problema.
 -Como poderemos descansar a alma num ambiente sem disse-me-disse, sem corrupção, sem toma-lá-dá-cá, sem nepotismo, sem tentação ? Como pode alguém ser feliz assim?
   Então os políticos reclamaram e foram orientados a decidir onde gostariam de ficar eternamente. Foram para o plenário e teriam que votar democraticamente num painel, mas foi explicado que ninguém poderia fraudar o resultado. Havia duas opções: CÉU ou INFERNO. Inferno ganhou por unanimidade.
    Os políticos desceram para o inferno se regozijando com o resultado. Ali, o dono do inferno recebeu aquelas almas com espetacular festa: bumba meu boi, forró, samba, carnaval, axé, fofoca pra todo lado, traição, corrupção, fraudes, propinas, fingimento...
 A cada cinco minutos ressoavam no inferno promessas de melhores dias, parecia que tudo ia se transformar num paraíso. Foi uns quinze dias de promessas, propostas, abraços, churrasco, buchada, macarronada, festival de sorvete, chimarrão, mas no décimo sexto dia, começaram a sentir um cheiro de enxofre, gemidos, tristeza, luzes foram se apagando e ninguém conseguia ver nem o companheiro.
A comida e as bebidas acabaram e o sofrimento chegou. Reclamações e dores se instalaram.
     O grupo já não era visível. Reclamar onde? O dono do inferno sumiu, não tinha mais onde buscar solução de nada. Um deles, daqueles políticos que mais pecaram no mundo, conseguiu falar, falar não, gritar:
     - Ei, se alguém está me ouvindo responda, porque fomos felizes nos primeiros dias e agora estamos nessa agonia tão grande.
       E uma voz horripilante esbravejou:
    - Os primeiros dias são reservados para a minha campanha eleitoral, fui eleito, agora começou o meu programa de governo.Rá,rá,rá,rá,rá...

       Ai, que alívio, foi um pesadelo, acordou o político.


                                  (autor desconhecido)

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