quarta-feira, 26 de abril de 2017

Mães

                                                                             
                                                                      Mães


                                                                  Ivone Boechat


As mães precisam, urgentemente, de orientação psicológica para promover a grande reflexão que o momento não exige, implora. O ser humano não tem educação emocional para participar, ao vivo, das convulsões sociais, porque a evolução, em ritmo acelerado, ultrapassa as condições de adaptação e conceitos podem se atropelar.
Mulheres, quase meninas, estão, precocemente, com seus filhos nos braços, a maioria sem a mínima noção da responsabilidade. Sem emprego, inúmeras delas, na ilusão de conseguir recursos como trabalhadora diarista, procuram vaga na creche, que não existe, para o recolhimento desta criança que deverá ser educada por alguém que, na maioria das vezes não sabe o que é educar.
O círculo vicioso da desassistência põe em risco a formação do ser humano, capaz de atuar como sujeito e objeto das transformações que a humanidade reclama.
O que a mãe precisa saber para ajudar na educação do seu filho? Ele está encantado com esta Era da conexão. Até porque o homem de todas as eras sempre se esforçou para mover este mundo e o outro para se comunicar. Vem conseguindo verdadeiros milagres e isto não tem limite! Então, desde pequenino, ajude a formar o espírito crítico da criança, oriente, supervisione, diariamente. É uma tarefa sistemática!
A mãe não vai conseguir tirar das mãos das crianças os aparelhos cada vez mais modernos e abrangentes de comunicação. Ela consegue, sim, criar regras de uso e não é algo fácil. É um exercício diário que só dará resultados num grande mutirão: família; escola; igreja; juntos educando.
Crianças obedecem a quem amam. Ufa! É um alívio saber isto. Não relaxe, elas obedecem, também, ao desconhecido misterioso que lhe impõem ordens. Crianças adoram mistérios. As crianças gostam de jogar com o desconhecido e, não orientadas pelas famílias, ou solitárias por longos períodos, enquanto os pais estão fora de casa, ficam embaladas na rede - web; ali, podem pesquisar sobre as novidades radicais, porque têm autonomia para decidir sobre como preencher o seu tempo.  A liberdade infantil induz a atitudes eufóricas, atiçam a curiosidade a novas sensações, e ai, inimigos anônimos podem entrar em ação. Cuidado!

O índice de crianças que têm pensamento de suicídio é alto. Segundo a Organização Mundial de Saúde a morte por suicídio mata mais jovens do que o HIV em todo o mundo. O Brasil ocupa a 12º posição na lista de países latino-americanos com mais mortes neste segmento.

Atenção: “75% das crianças já viram imagens online que as perturbaram, segundo uma pesquisa da ONG britânica NSPCC. Fabricantes de computadores e revendedores deixam para os pais a tarefa de encontrar e instalar softwares que filtram material inadequado para crianças”.
Mães, atenção. A luta atual para se equilibrar no fio esticado do circo da sobrevivência requer um planejamento singular na sua agenda. Não desanime, trabalhe em equipe, estabeleça regras de uso da Internet, use aplicativos e fique de olho nas crianças; sua prioridade! Bem usada a Internet é uma bênção.

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